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Podemos sempre fazer qualquer coisa. Todos. Juntos. Com amor. Dia 21 juntamo-nos por Alepo. A receita reverterá a favor dos Médicos Sem Fronteiras. Juntem-se a nós.
“Como conviver com este nó na garganta?
Quase que confundimos Alepo com um campo de batalha, uma cidade tomada, um sítio de facções. Quase só vimos ruínas, fumo a subir e poeira a assentar. Quase. Mas não: vimos pessoas e ouvimo-las. Aprendemos mais um idioma de dor e desespero, tão fácil de perceber e tão aberrante de entender. Fomos tocados pelo impensável: a consternação dos que estão preparados para morrer em guerra, já que viver em paz deixou de ser opção.
Então, como conviver com o nó na garganta? Deixamos que o aperto nos cale ou, como numa mangueira, pressionamos para que as palavras saiam mais rápidas, mais fortes, mais longe?
Um grupo de músicos portugueses decidiu emprestar vozes para que mais vozes se juntem, mais rápidas, mais fortes, mais longe. Apresentam um espectáculo onde os nós não se desatam – antes se entrelaçam para formar a corda de solidariedade. Nós para eles.”
(Texto do Samuel Úria)