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POR ALEPPO, COM AMOR

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O Natal deste ano começou mais cedo, no dia 21, com mais de 450 pessoas reunidas com um único objectivo: angariar fundos e corações e enviá-los para ALEPO através dos Médicos Sem Fronteiras. O Gustavo Carona, Um Médico Sem Fronteiras no terreno, contou-nos como nasce a esperança em cenários de guerra. No final da noite uma jovem Síria que estuda em Portugal quis subir ao palco para nos contar como é que se mantém a esperança viva com o amparo do amor dos outros. Se o que angariámos tem impacto perante uma situação terrível que ainda nos esforçamos por compreender (e não conseguimos), a resposta é sim. Pois, por mais ínfimo que seja o gesto, é precisamente no repetir destes gestos pequeninos de amor que se muda o mundo. POR ALEPPO foi a prova viva que O Amor Existe e só precisa de ser acordado, provocado, praticado, partilhado, oferecido, recebido, celebrado. O André Tentugal e a Selma Uamusse criaram esta onda de partilha e que só tem por onde crescer. (Obrigada!) É isso que vos/nos desejo nos dias de “Festas” e nos “dias normais”: esta certeza, acompanhada de uma prática diária e constante, todos juntos. 

Fotografia de Ana Luísa Alvim

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POR ALEPPO

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Podemos sempre fazer qualquer coisa. Todos. Juntos. Com amor. Dia 21 juntamo-nos por Alepo. A receita reverterá a favor dos Médicos Sem Fronteiras. Juntem-se a nós.

“Como conviver com este nó na garganta?

Quase que confundimos Alepo com um campo de batalha, uma cidade tomada, um sítio de facções. Quase só vimos ruínas, fumo a subir e poeira a assentar. Quase. Mas não: vimos pessoas e ouvimo-las. Aprendemos mais um idioma de dor e desespero, tão fácil de perceber e tão aberrante de entender. Fomos tocados pelo impensável: a consternação dos que estão preparados para morrer em guerra, já que viver em paz deixou de ser opção.
Então, como conviver com o nó na garganta? Deixamos que o aperto nos cale ou, como numa mangueira, pressionamos para que as palavras saiam mais rápidas, mais fortes, mais longe?
Um grupo de músicos portugueses decidiu emprestar vozes para que mais vozes se juntem, mais rápidas, mais fortes, mais longe. Apresentam um espectáculo onde os nós não se desatam – antes se entrelaçam para formar a corda de solidariedade. Nós para eles.”
(Texto do Samuel Úria)

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